Que tal provar o vinho laranja?
Elaborado com antigas técnicas de vinificação, o vinho ambarado ou laranja, como é mais conhecido, vem aparecendo no mercado brasileiro. Durante a fermentação deste vinho, também ocorre a maceração da casca da uva branca, transmitindo um pouco de cor âmbar/laranja e polifenóis, incluindo o tanino, que também está presente na uva branca. Alguns produtores optam por não filtrar o produto, obtendo uma bebida mais espessa e com uma certa turbidez, o que faz parte do processo. Além disso, os vinhos laranja tendem a ter uma certa complexidade, tanto de aroma quanto de paladar, devido ao contato com a casca e à maturação.
O estilo de produção é orgânico, pois os vinhos laranjas geralmente são mais naturais, produzidos em ânforas, sem sulfitos e com leveduras selvagens (leveduras naturalmente presente nas cascas das uvas). Estes vinhos mostram uma riqueza enorme de aromas, apresentando notas minerais, florais, herbáceas e de frutas, que vão das cítricas às cristalizadas. Várias uvas podem ser usadas na produção do vinho laranja, mas as que mais se destacam são a Ribolla Gialla e a Trebbiano.
A diferença entre os vinhos laranjas e os vinhos brancos, portanto, é o processo de deixar o sumo das uvas prensado junto com as suas cascas durante a maceração, como acontece na fabricação dos vinhos tintos. Ou seja, os sucos das uvas são mantidos por longo tempo em contato com as cascas, dando ao vinho final cor, polifenóis e textura que não seriam extraídos das cascas num vinho branco “normal”. Isso acrescenta, também, mais corpo ao vinho.
O vinho laranja deve apresentar “bom peso” no paladar, com uma textura pronunciada, que alguns chamam até de rugosa, ou viscosa. Ao mesmo tempo, deve ser suave e refrescante, sem que a presença tânica o deixe excessivamente adstringente. Outra coisa que pode aparecer no paladar é um leve amargor de final de boca, que não é defeito, mas antes de tudo o resultado do método de vinificação.
O vinho laranja pode não ser muito indicado para iniciantes, exatamente devido a sua complexidade. Por outro lado, exatamente por ser tão intrigante e diferente, também não pode ficar de fora da experiência de um bom enófilo.
Nossa sugestão, disponível no site, é o Leone di Venezia Oro Vecchio